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Foto do escritorJulio Cesar França Franco

A morte chega para todos

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Você já percebeu que, sempre que o noticiário nos mostra as tragédias do mundo, acreditamos que nada semelhante jamais nos atingirá?

Já se deu conta de que, normalmente, partilhamos a ideia de que o mal somente chegará à casa do vizinho?

Com esses conceitos, vivemos despreocupados. Nem sempre utilizamos a prudência que nos seria devida para nos furtarmos de certos acontecimentos inconvenientes.

Quando a morte ronda os lares, continuamos a acreditar que o nosso está protegido dessa megera terrível.

Por isso, quando ela chega, é sempre uma surpresa para nós.

Mas, ninguém foge à morte. E seria importante que, a respeito dela, meditássemos um pouco a cada dia.

Recordamos que, depois do término da Segunda Guerra Mundial, morreu a amada irmã de Albert Einstein.

Ele havia estado com ela, dias antes de sua morte.

Ambos estavam abatidos e doentes. Albert tinha recebido o diagnóstico de um aneurisma abdominal da aorta. Tivera uma crise e, com fortes dores abdominais, ficara internado no hospital para longo tratamento.

Brincando, ele havia dito à irmã:

Creio que enfrentarei a grande jornada para o espaço, antes de você, querida Maja. Por isso, estou aqui para as despedidas.

E Maja respondeu:

Não, meu querido irmão, partirei antes. Em sonho recente, vi nossos pais. Entendi, por sinais feitos pelas mãos de nossa mãe, que a partida seria logo.

Albert a abraçara, falando ao seu ouvido:

Seja como for, sinto que em breve nos encontraremos.

Recebendo, agora, a notícia da morte da irmã, olha o Infinito e fala baixinho:

Que Deus a abençoe! Como disse a você, em breve nos encontraremos.

Nem raiva, nem desespero. Atitude de quem tinha a certeza da Imortalidade.

Continuou a trabalhar. Mesmo com suas dores, ele não se deixava vencer.

Recebia amigos, viajava, proferindo palestras sobre suas teorias e respondia a todas as perguntas que os jornalistas lhe faziam.

Com o rompimento do aneurisma abdominal, agrava-se seu quadro anêmico. Em 18 de abril de 1955, a uma hora e quinze minutos da madrugada, Albert Einstein morre, em Princeton, Nova Jersey.

Ele providenciara seu testamento, legando seus inventos e documentos científicos, já provados ou não, à Universidade de Jerusalém.

Sabia que a morte o rondava. Preparou-se para recebê-la, mantendo-se ativo e sereno.

Ele tinha a certeza da Imortalidade.


Conforme seu pedido, o corpo de Albert Einstein foi cremado e suas cinzas espalhadas em local ignorado.

Ele doou seu cérebro a Thomas Harvey, patologista do Hospital Princeton.

Esse fato causou profundo abalo no meio dos físicos e intelectuais filosóficos.

Mas era preciso respeitar o desejo do maior conhecedor em cálculos matemáticos e das teorias sobre Física."

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