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Foto do escritorJulio Cesar França Franco

COMO UMA FOLHA




"Quando criança, devido ao meu caráter impulsivo, sentia raiva à menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes, sentia-me envergonhada e esforçava-me por consolar a quem tinha magoado.


Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva. Entregou-me, então, uma folha de papel lisa e disse-me:


- Amasse-a!


Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.


- Agora, voltou a dizer-me - deixe-a como estava antes.


É óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentasse, o papel ficou cheio de pregas. Então, disse-me o professor:


- O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos, será tão difícil de apagar, como esses amassados.


Assim, aprendi a ser mais compreensiva e mais paciente.


Quando sentires vontade de estourar, lembra-te deste papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos com nossas ações, ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas às vezes, é tarde demais.


Alguém disse, certa vez:


'Fale quando tuas palavras sejam tão suaves como o silêncio'.


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