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Atravessavam o deserto um administrador, um pintor, um poeta, e um crítico.
Certa noite, para matar o tempo, resolveram descrever o camelo que os acompanhava.
O administrador entrou na tenda; em dez minutos fez um relato objetivo sobre sua importância.
O poeta também usou dez minutos para descrever, em belos versos, a nobreza do animal.
O pintor, em traços rápidos, brindou seus amigos com um desenho.
Finalmente, o crítico entrou na tenda. Saiu duas horas depois, quando todos já se aborreciam com a demora. “Eu tentei ser rápido, mas descobri erros no animal”, disse o crítico. “Ele não corre. Ele é incômodo. Ele é feio”.
E estendeu um calhamaço de páginas para os amigos, intitulado: “O camelo perfeito, ou como Deus devia ter criado o camelo”.
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