Nessa semana, o Secretário de defesa americano James Mattis discursou na Escola Superior de Guerra. Nós brasileiros temos pouco costume de valorizar nosso passado, nossos heróis e nossos feitos. Para fazer minha parte, divulgo os 4 parágrafos que achei mais importantes do discurso do Secretário. Sei que a mídia nunca vai mostrar isso, é por isso que divulgo.
Fui criado pela Geração Grandiosa – como chamamos aqueles que serviram na Segunda Guerra Mundial. Essa é a mesma geração que lutou ao lado da Força Expedicionária Brasileira em Monte Castelo; esses são os mesmos norte-americanos que voaram ao lado de seus pilotos de caça em P-47 Thunderbolts; nossos marinheiros que caçaram U-boats alemães com vocês no Oceano Atlântico, onde a Marinha do Brasil escoltou mais de 3.000 navios – e perdeu apenas três, uma conquista impressionante. Nas forças armadas dos EUA, não nos esquecemos de nossa dívida com vocês quando estávamos por baixo e vocês ficaram firmes ao nosso lado.
Esses “Febianos” (brasileiros da FEB) suportaram 229 dias de combate contínuo na Itália. Eu nunca, em todas as minhas guerras, passei por 229 dias de combate constante. Na batalha de Monte Castelo, a sede da divisão brasileira foi bombardeada por dias. Quando perguntado se eles queriam sair da mira, o comandante, general Mascarenhas respondeu, e eu o cito aqui: “Quando eu mudar essa sede, será para frente e não para trás”. Então, senhoras e senhores, com respeito à liderança desse comandante, que ainda ressoa hoje, nesse mesmo espírito, sempre que mudamos nosso relacionamento EUA-Brasil, ele será para frente, não para trás.
Os desafios nunca surgem quando estamos totalmente descansados. Eles vêm quando estamos há três dias sem dormir, e o estresse que é inerente ao nosso chamado tira o fino verniz da civilização. É quando vocês provam sua coragem como descendentes daquelas bravas almas que invadiram Monte Castelo, não uma, mas três vezes; os soldados brasileiros que permaneceram fiéis, que mantiveram a fé uns nos outros e que receberam a primeira rendição de toda uma divisão alemã na frente ocidental; aqueles soldados que escarneceram e que viram as pessoas duvidarem deles e depois costuraram remendos em suas mangas – e acho que digo isso direito, general: “A cobra vai fumar” – “the snake will smoke!”
Nós, americanos – e somos todos americanos aqui – somos “fortes”. Somos um grupo desordeiro e sempre fomos. Lutamos ferozmente por nossas liberdades e esse espírito vive desde minha cidade natal no Rio Columbia até o Rio de Janeiro e desde os rodeios no Texas até a “cultura gaúcha” do Brasil. Sobre esse fundamento de democracias com valores compartilhados e história comum de luta pela nossa liberdade, as forças militares dos EUA respeitosamente buscam trabalhar lado a lado com o Brasil e com os vizinhos do Brasil para construir juntos um futuro que compartilhe todos os benefícios de se viver em nosso grande hemisfério. Deve ser uma ilha, uma ilha de democracia e prosperidade em um mundo instável. Nosso hemisfério deve mostrar o caminho e ser um modelo.
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