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Certa vez , ao cair da tarde, ia Jesus por um dos floridos caminhos da Galiléia. Naquele tempo, aquele terra exalava perfume de rosas! Caminhando, encontrou dois meninos que brincavam alegremente, e se deteve a contemplá-los. O Mestre encontrava algo divino no inocente jogo dos pequeninos...
Ao vê-lo, os meninos correram ao seu encontro, pois sabiam que era o Homem Milagroso que ressuscitara o filho da viúva.
-- Rabi! Rabi! Como és milagroso! -- exclamou um dos meninos, enquanto o outro acariciava suavemente as mãos de Jesus.
Logo o primeiro que falou, disse:
-- Se és tão milagroso, dá-me uma moedas de ouro para que eu compre um cordeirinho; minha mãe é tão pobre! Eu quisera ter, como os meninos ricos, um cordeirinho para com ele brincar.
Jesus escutou sorrindo e docemente perguntou ao outro:
-- E tu, que queres?
-- Eu quero uma estrela, Rabi. Se és tão bom e tão milagroso, dá-me uma estrela.
Jesus quedou silencioso e pensativo. Depois, inclinou-se e, tomando de um punhado de barro do caminho, elevou com suas mãos puras para o céu. Então, o barro converteu-se em ouro, ouro luminoso de um punhado de moedas, que deu ao menino. Este, cheio de alegria, não pensando mais senão no cordeirinho, beijou as mãos milagrosas e se afastou correndo pelo caminho...
O outro menino, com o olhar ansioso, mirando o Nazareno, luminosamente puro naquele instante, aguardava silencioso. Jesus, imóvel, permanecia diante dele, talvez orando ao Pai! A brisa ondulava delicadamente os anéis de sua cabeleira.
Em dado momento, tomou entre suas mãos a linda cabecinha, beijou-lhe a fronte pura e, aconchegando os lábios ao ouvido do menino, disse-lhe:
-- A Estrela que me pedes, está em ti mesmo! Cuida de que nunca se apague o seu divino fulgor!"
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