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Foto do escritorJulio Cesar França Franco

O catador de papel


Certa vez, um menino catador de papel, realizando seu trabalho diário pelas ruas da cidade, chegou a um estabelecimento muito bonito e grande, repleto de pessoas bem vestidas e pensou consigo: “Aqui deve haver muitas caixas vazias. Após o expediente voltarei para falar com o dono para pedi-las a fim de que possa vendê-las”. Quando o comércio fechou, o menino voltou à loja e viu um senhor muito alinhado na porta despedindo-se dos visitantes. Aproximando-se, disse: – Senhor, posso falar com o dono da loja? – Sou eu mesmo. O que você quer? - respondeu desconfiado o empresário. – Gostaria de saber se o senhor poderia me dar aquelas caixas para eu vendê-las. O empresário, raivoso, enxotou o menino aos gritos, ameaçando chamar pela polícia, pois não tolerava pedintes em sua loja. O garoto apanhou seu carrinho de papel e saiu, resignado e muito triste. Porém, alguns metros adiante ouviu gemidos muito fortes vindos da loja. Correu até lá e encontrou o empresário caído no chão, acometido por um enfarto. O menino clamou por ajuda, mas ninguém o escutou. Então, desocupou seu carrinho de papel e com muita dificuldade colocou o moribundo dentro. Correu até o hospital mais próximo e a vida do empresário foi salva. Dias depois, o menino passava em frente à loja e o empresário foi ao seu encontro: – Meu jovem, venha cá. Hoje quero que você vá até minha casa para eu lhe agradecer pelo que fez por mim. O menino foi recebido com um grande banquete como gesto de agradecimento. Após a sobremesa, o empresário chamou-o até um galpão onde encontravam-se iates, carros importados e outras riquezas, todas embaladas em grandes caixas. Disse ao garoto: – Escolha o que você quiser deste galpão. – Qualquer coisa mesmo? - perguntou-lhe o menino. – Sim. O menino pensou, pensou e disse... – Eu quero as caixas que estão envolvendo tudo o que está no barracão. O empresário, não compreendendo, satisfez seu pedido. Passados dez anos, o empresário encontrou o menino, agora um jovem bem arrumado e aparentando estar muito bem de vida. O empresário, que ficara intrigado com o desejo do garoto na época, perguntou-lhe nesta oportunidade: – Por que você não escolheu um iate ou carro ou outro objeto valioso? O menino respondeu-lhe: – Porque para a meta que eu havia traçado para a minha vida, as caixas garantiriam o meu futuro. Com elas paguei por meus estudos, tornei-me diretor da empresa de reciclagem na qual trabalhava e com o curso de engenharia que concluí, desenvolvi um projeto inovador na área que me proporcionou o sucesso.

A maior recompensa que podemos receber é o necessário para conquistarmos o sucesso na vida.

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