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Foto do escritorJulio Cesar França Franco

O Mandarim e o Alfaiate

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Um dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim. Ficou tão eufórico que quase não se conteve. Serei um grande homem agora ? disse a um amigo. ? Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida. Conheço o alfaiate perfeito para você ? replicou o amigo. ? É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito.Vou lhe dar o endereço. E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse: Há mais uma informação que preciso Ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim? Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto,perguntou o cliente surpreso. Não posso fazê-lo sem obter essa informação, senhor.

É que mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a parte de trás. Anos mais tarde, quando está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e ele olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que seu corpo está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de forma que as costas fiquem mais longas que a frente. "Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente apropriadamente." O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate."

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