O
, saía certa manhã bem cedo, quando seu carro foi cercado por três adolescentes.
“Passamos a noite em claro, padre”, disse um deles, em tom desafiador. “Pode imaginar onde estivemos?”
Como qualquer ser humano normal, José Roberto preferiu ficar quieto. Imaginou o que significa uma noite em claro naquela idade, sentiu medo pelos riscos que os garotos devem ter corrido, pensou na preocupação dos pais.
O adolescente que iniciara a conversa terminou por responder à própria pergunta:
“Ficamos na Igreja de N. Sra. Copacabana, adorando a Virgem. Saímos de lá tão eufóricos que viemos caminhando até aqui (aproximadamente 3 kms.), cantando alto, rindo, falando com todo mundo. Pelo menos uma das pessoas nos perguntou: ‘como é que vocês, tão jovens, não têm vergonha de estarem bêbados a esta hora da manhã?’”
O padre José Roberto deu partida no seu carro, e seguiu em direção ao seu compromisso. No caminho, se perguntou muitas vezes: “ Eu também me deixei levar pelas aparências, e cometi uma injustiça em meu coração. Será que algum ser humano vai finalmente entender a frase de Jesus, ‘vocês serão julgados com a mesma medida com que julgam seu próximo?’”
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