"Peça para um publicitário descrever um botão de camisa.
Você ficará deslumbrado com tantas funcionalidades que ele vai achar
para o botão e vai até mudar o seu conceito sobre o pobre botãozinho.
Peça para uma pessoa apaixonada descrever a pessoa amada, aquela
pessoa bem 'feiazinha' que você conhece desde a infância e vai até
pensar que ele está falando de outra pessoa.
O apaixonado enche a descrição de delicadezas, doçura e gentilezas,
transformando a fera em bela, em instantes.
Peça para o poeta descrever o sol e a lua, e você vai se encantar
pelos poderes apaixonantes da lua, pela beleza do sol que irradia
seus raios como se fossem gotas do milagre divino no arrabalde da
tarde quente onde o amor convida os apaixonados para viver a vida
intensamente.
Peça para um economista falar da economia mundial e tome uma lição de
números e mercados, bolsas e câmbios oscilantes, inflação e mercados
emergentes, e se não sair de perto, vai acreditar que, em breve,
teremos a maior recessão da história e que a China é o melhor lugar
do mundo para se viver.
Agora, peça para um pessoa desanimada ou depressiva falar da vida, do
sol, da lua, dos botões, das rosas e do amor para você ver.
Pegue um banquinho e um lenço e sente-se para chorar.
É só reclamação, frustração, dores, misérias e desconfiança geral.
Você sente a energia lhe contaminando, vai fazendo mal, vai lhe
deixando sem forças, porque os desanimados, os reclamões e
depressivos tem o poder vampiresco de sugar energias do bem e
transformar em medo.
E o medo paralisa as pessoas de tal forma que fica difícil até o mais
simples pensar.
E você?
Como é que você descreve a sua vida?"
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